.
Ando em descompasso com
a realidade. Faltam-me os impulsos necessários para seguir aos muitos e
afortunados lugares de desejo do mundo contemporâneo. Quedam-me outras paradas.
Detém-me, outros objetos, muito menos
queridos pelas gentes. Não os julgo, porém, menos apetecível de cobiça por essa
razão. Seria um parvo se assim o fizesse. Sinto apenas um fastio às coisas que
a maioria não passaria sem.
O resultado. Aos olhos
do mundo moderno vivo uns sem números de tropeços, vexames e outras estultices.
Embaraços que em vez de me fazerem corar - como muitos poderiam esperar - dão-me
uma sensação de contentamento e alivio; pois não me sinto mesmo na vontade nem
na obrigação de seguir pari passu, a
vida contingencial que se me apresentam como ideal e segura. Aqueles que a
seguem, hoje não as têm tão ideais e seguras assim. Sobram-lhes inquietações e
tormentos. Falta-lhes a coragem de admitir.
Imprimo outro ritmo à existência.
Muito menos ambicioso como queriam alguns, e sonharam outros, mas, muito mais
rico do que poderiam supô-las todos. A vida, contrariando todas as certezas,
também se faz às avessas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário