O Relógio
Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.
(...)
João Cabral de Melo Neto
Corre a notícia de que ele era
refratário aos transbordamentos dos sentimentos. Creio em parte. Sua forma
poética bem regulada e contida, por vezes sugere essa impressão. Mas ela só
ocorre ao leitor desatento. Ao leitor acostumado. Ao leitor novilho. O leitor
cabralino é de outra ordem. É alguém que se detém a palavra e não escorre por
ela.
Seremos eternamente gratos a João Cabral
por tudo o que ele representou para a nossa poesia.
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