Foto: Bruce Gilden.
A gente olha as fotos de Bruce Gilden e
não imagina ser possível o que vemos. Diante de nossos olhos surgem rostos
macilentos e disformes. Aquilo tudo parece coisa estranha à realidade, porém,
não é.
Tão deslumbrados que estamos com as
figuras das celebridades, não nos damos conta de que a vida murcha,
violentamente, a velocidade de 60 minutos por hora.
Contra isso infundimos um sem-número de
malogros, mas todos são baldados pelo tempo.
O que vemos na tevê, nas capas de
revistas e outdoors não passa de engodo. Por trás da maquilagem podemos
esconder manchas, sulcos e outros detritos que se quer negar a existência, mas
tudo isso não passa de ser o que são: tentativas medonhas de negar o inegável.
Por tudo isso, gosto dos trabalhos
fotográficos de Bruce Gilden. Ele reconstitui-nos como somos: falíveis. O
resultado pode não ser agradável. É sempre doloroso ver-se no espelho da arte.
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