Téo Júnior*
Aracaju
O azul da camisa de Banderas dominando a tela, armas que cumprem sua função elementar: disparar, pessoas presas a cadeiras, muito sexo - como não? - e a discussão sobre os limites e a ambição de médicos que se pretendem revolucionários, ainda que atropelando qualquer espécie de ética. Até o mais incauto indivíduo, sem dificuldade, identificaria o criador desse enredo: Chama-se Pedro Almodóvar e o filme em questão é "A Pele que Habito" (La Piel que Habito, Espanha, 2011, R$ 18 o ingresso).
Resumindo: o filme que dura 2 horas possui o magnetismo e o vigor que faltaram ao último trabalho de Pedro, "Abraços Partidos". Porém, lá estão o suspense e o drama tão comuns no universo almodovariano, sobretudo verificadas em suas obras-primas. Não possuo competência pra fazer crítica de cinema, mas arrisco dar uma opinião enquanto fã do cineasta - o único diretor que acompanho a carreira mais detidamente. Diria que "A Pele que Habito" não seja a joia da coroa da filmografia e Pedro, isto é, não chega a ser uma obra genial, mas é um trabalho interessante.
Antonio Banderas, como sempre, surpreendendo numa atuação que assinala sua experiência e sua maturidade como o grande ator que é. Estranhei Marisa Paredes, quase que não a reconheci. Meu Pai Do Céu, como Marisa está velha! Por um momento, pensei se tratar da atriz Clayde Yáconis, já na casa dos 90. O filme , entretanto, decorridos 125 minutos, pareceu que ainda tinha muito a dizer. Há algumas referências ao Brasil, inclusive um dos personagens diz claramente: "Estava com saudade". Lembro que "saudade" é a única palavra que só existe na língua portuguesa.
É uma obra recomendável.
*Téo é o mais ilustre colaborador desse blog.
7 comentários:
Esses dias um dos cinemas aqui de Caxias tava passando esse filme, pensei em ir ver, mas acabei não indo, por bobeira e outros fatores.
Não sou apaixonada por cinema e não acompanho diretores e tal. Mas já ouvi falar muito de Almodóvar e uma das coisas que comentaram na passagem do filme por aqui foi o retorno da parceria com Banderas.
Enfim, da próxima vez que tiver oportunidade, sem dúvida verei o filme.
Querido Téo,
Agora, minha vontade de assistir ao filme só aumentou. A desvantagem de morar em cidades interioranas é não poder acompanhar os últimos lançamentos da indústria cinematográfica(risos). Legal seu texto...
Téo,
discordo quando você diz que não tem competência para fazer crítica de cinema. sua sensibilidade para apreciar a arte o capacita para fazer qualquer coisa. na primeira oportunidade verei o filme. você sabe que gosto muito de Almodóvar. depois discutiremos juntos as impressões e o conteúdo. quando retorna à princesinha do sertão?
Ana
Não perca a oportunidade de ver bons filmes. Almodóvar é um excelente diretor. Ele possui uma linguagem própria, muito colorida e extremamente exagerada, porém, isso que nas mãos de um inábil poderia ser um desastre, nas de Almodóvar, revesti-se de um encantamento incomum.
Regina Soares,
Téo é fraco para elogios. Vindo de você então, ele deve estar agora mesmo com saudades daqueles pasteis e outras iguarias que você o mima.
Estarei em Caetité dentro de poucos dias. Até o dia 15. Tomei o máximo de cuidado para não "contar" o filme, analisando-o o mais resumidamente possivel. Jr.
Roger, como não minar uma pessoa tão linda e inteligente como nosso amigo? Téo Jr., você só traz alegria para nossa casa...pena que não nos veremos quando chegar,nem tomaremos aquele cafezinho da tarde.
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