Já referi aqui sobre como nada escapa ao
interesse da fotografia. Todos os temas lhes são caros. Vemos por aí fotografia
de rua, fotojornalismo, fotografia de moda, de natureza, paisagens, viagens,
etc... Mas há um tema em particular que, quase nunca vemos, ao menos com a
recorrência dos demais. Refiro-me a fotografia de cunho humorístico. Falta
humor nas fotografias de nosso tempo.
Não creio que isso ocorra porque os
fotógrafos o entenda como uma expressão menor. Esta é uma interpretação dos tolos
e dos tirano. Os tolos pela estultícia de suas mentes e os tiranos pelos temores
de que suas ambições encontre questionadores, que ousem desmentir as certezas que
lhes asseguram as posições.
Acho mais provável a alternativa que
advoga a ideia de que fazer humor em fotografia é difícil. E por essa razão, os
interessados em abordarem o tema, desistam da ideia quando mal aventaram a
possibilidade. Fazer humor bobo, patético ou grosseiro tem sido o mais próximo
que muitos conseguem chegar do tema. Esse tipo de humor qualquer um é capaz de
fazer. Mas um humor que profane o solene, desbote o verniz, que maquila as
aparências e infrinja as certezas postiças que, envolvem a nossa sociedade, esse
humor é tarefa para destemidos, que não se deixam vencer pelas ideias vazias
que vai pelas cabeças dos patetas.
Humor pateta é fácil. Humor com
substância interrogativa e desvendadora da natureza humana são outros
quinhentos. Mas há pelo menos um nome na fotografia que tomou para si a tarefa de
encarar o tema com o talento e perspicácia que lhe é devida. Foi o francês Elliot
Erwitt (Elio Romano Ervitz é o seu nome de batismo). Erwitt nasceu em Paris em
1928. Foi criado na Itália, mas a partir de 1941 adotou os EUA como pátria. Fez
isso quando teve que fugir com a família, da tirania nazista que encobria a
Europa e ameaçava o mundo com ideias tenebrosas de hegemonia racial.
Nos EUA Elliot Erwitt construiu uma
carreira respeitada e se tornou um dos poucos fotógrafos dedicados ao riso. Sua
lente em décadas de atividade esteve apontada para os flagrantes de momentos irônicos
e indiscretos que revelam detalhes risíveis do nosso comportamento quando não
estamos ocupados demais em fingir decoro. Veja-se a propósito disso a seleção
de algumas de suas melhores fotografias sobre o tema abaixo:
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Versailles, 1975.
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Espanha, Madrid, 1995. Museu do Prado.
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East Hampton, Nova York, EUA, 1983.
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Central Park, Nova York, 1990.
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