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A nossa geração se recusa
a dá atenção à crítica. Teatro, cinema, literatura e música rejeitam
violentamente as observações e julgamentos desses investigadores que a cada dia
somem dos jornais, revista e veículos mediáticos, para o limbo das discussões artísticas.
Até gente civilizada não entende «para que servem» os críticos. Tenho cá comigo uma opinião de que tudo isso
se deve ao fato de que, uma estúpida e corrosiva ideia de que não há nada mais a
se dizer sobre as coisas, associado à preguiça mental que papagueia a
imaginação alheia e entronaram a banalidade, o fútil e o opiniático como
valores insuperáveis, são algumas das razões do desprestígio da função crítica
na nossa sociedade. Eu prefiro antes uma sociedade aberta à crítica, do que aquelas
que, marginalizam homens e mulheres por não se darem facilmente por satisfeitas
e insistirem em fazerem inconvenientes questionamentos onde a maioria via (ou fingia)
um consenso. Muitas das noções que hoje damos por adquiridas foram formuladas
pela crítica mais aguda. A crítica sincera é muito mais construtiva do que o
elogio imerecido. Mas as pessoas preferem o inebriante perfume dos discursos
panegíricos, as ásperas, mas honestas opiniões, que nem sempre estão em conformidade
com o esperado, daqueles malditos transgressores do conformismo.
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