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Às novas gerações,
adestradas pelos “médias”, afeitos ao conforto, muitas reservas, sim-nãos e cultores
da mesmice, esse disco parecerá anacrônico e pouco atraente. Isso porque ele
foi feito para aqueles seres insatisfeitos, que insistem em pensar a vida ao avesso
das convenções. Por isso, o inesperado do som, as ousadias das letras, a genial
capa, com os personagens históricos ou fantásticos, que os integrantes da banda
sempre adoraram; aliado as inversões de timbres, que escancararam as portas para
inovações sonoras depois desse LP, não serão julgadas apropriadas por aqueles
que insistem em mais do mesmo. O espírito que governou e gestou esse disco não
existe mais no mercado fonográfico. A liberdade criativa é hoje algo que os
artistas apenas aspiram, sem sucesso. Seus muitos compromissos comerciais, mais
o temor de melindra o público, acostumadíssimo às series ininterrupta daquilo
que já foi sucesso, amedronta qualquer aspirante a explorador. Vai daí que os
Beatles continuam atuais. A Banda do Clube dos Corações Solitários do Sgt.
Pepper, disco dos Beatles produzido em 1967, que hoje completa quarenta e cinco
anos - com o mesmo vigor com o qual desempoeirou vitrolas e corações
adolescentes na década de 60 - fala apenas àqueles de natureza indômita, os
indóceis e àqueles que não naturalizaram a história e que não a consideram um
fato inelutável.
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