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George
Orwell, que escreveu 1984, o livro do Big Brother, e Revolução dos Bichos,
disse que “jornalismo é tudo aquilo que não querem que você publique. Todo o
resto é propaganda”.
Amparado
nessa perspectiva exemplar do escritor indiano, vejo com extrema preocupação
este 4° poder, sem dúvida mais importante do que todos os três anteriores,
estar irmanado, cada vez mais, com os grupos políticos da situação.
Na
Bahia, vejo esse tipo de relação e suponho que ela não seja benéfica e nem
saudável para a democracia. Porque dessa amizade entre jornalistas e prefeitos,
existe um fator maior do que a verdade, que coroa essa relação: dinheiro.
Nenhuma
mídia, jornal, revista, estação de TV funciona sem dinheiro. Então, a solução
encontrada é passar a cuia na mão de quem pode pagar pela informação: nossos
digníssimos políticos.
Não
espanta que as mídias, hoje em dia, sobretudo as virtuais, não escondam mais de
ninguém a quem estão apoiando, fazendo com que seu corpo editorial e suas
matérias sejam, portanto, parciais e sem nenhuma relevância social. Elas já não
disfarçam mais – e seguem atuando como legítimas porta-vozes não do povo, mas
das administrações que defendem e de quem cobram a fatura. Na época da campanha
política, fazem dos veículos verdadeiros palanques. Uma vez eleitos, como
compensação, fazem uma inequívoca publicidade dos prefeitos e políticos que
lhes pagam, divulgando amplamente suas obras, mas tomando o extremo cuidado de omitir
algo que desabone os “patrões”. Está errado.
Só
o fato de (grandes) conglomerados e (grandes) jornais serem controlados por
grupos políticos, já me espanta.
Nunca
me esqueço do livro Odorico na Cabeça, do imortal Dias Gomes, autor de O
Bem-Amado. Sentindo-se agredido em sua honra pelos ataques de um jornal de
Sucupira, Odorico – esperto – também criou sua própria imprensa para divulgar
seus projetos estapafúrdios. Trata-se da Folha de Sucupira. Essa, ele julgava
imparcial. Quanto à mídia que teve a coragem de expor suas loucuras, ele a
classificava de “marronzista”.
Quando
a imprensa faz as pazes com o poder, alguma coisa está errada.
No
interior da Bahia, sei que aonde vão os prefeitos, lá estão os “jornalistas”
atrás, no encalço. Jornalista que se preza não pode estar para cima e para
baixo com prefeito. Se quiser servir à sociedade e honrar a profissão, deve
investigar, apurar, colher as informações verdadeiras e publicá-las, sejam boas
ou ruins, doam a quem doer.
A
imprensa tem a obrigação de fiscalizar o poder, e não de se aliar a ele.
Um comentário:
É o que mais existe hoje é essa imprensa marrom comandada pelos donos do poder.
achar que a imprensa hoje no Brasil é cem por cento independente é inocência.
abraços
Caio
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