Foto: André Gelpke, Christine au miroir, 1976
.
Somos tão violentamente
forçados a convivermos com imagens de realidades idealizadas, que não conseguimos
nos encarar diariamente sem certos queixumes ao que de natural e incontornável há
na natureza humana. Envelhecer virou um pecado. Ostentar rugas que já foi um
sinal de respeito, hoje é um inequívoco índice de derrotismo e sinal de
decadência. Tudo isso pode ser facilmente, segundo o credo publicitário, redimido pelo consumo de cremes, dietas,
roupas de grife, perfumes caros, carros, celulares, tintura, botox, e tantas
outras fantasias encapsuladas. Enredado pelo discurso persuasivo da publicidade
enganadora dos médias, traímos nossos
mais puros valores e socorremos nossa auto-imagem do escárnio público,
recorrendo aos artifícios cosméticos propagandeado como solução mágica de todas
as nossas angustias e infelicidade. A publicidade, com seus artifícios de prestidigitador,
nos seduzem com uma imagem destorcida de nós mesmos, para depois nos vender a solução definitiva contra
os males de existir.
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