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A docência é uma profissão de surpresas, encantos e muitas, muitas descobertas. Como ocorre em qualquer ofício, traz consigo também, volta e meia, um bocado de frustrações. Mas essas são rapidamente superadas quando, o que assistimos em sala de aula, contradiz o convencionalismo no qual se tornou o ensino atualmente e restaura a nossa confiança de que ainda há alternativa. Outro dia estava em sala e durante uma discussão surgiu uma palavra, que para maioria dos meus alunos era desconhecida. A palavra era INANIÇÃO. Alguém perguntou o sentido da palavra, quando do fundo da sala, antes mesmo que eu pudesse abrir a boca, emergiu uma resposta incomum e ao mesmo tempo brilhante, que quase me arrancou o fôlego e sufocou qualquer outra resposta que eu pudesse oferecer. “INANIÇÃO”, disse apressada a minha aluna, “É UM TIPO DE MORTE QUE SOMENTE O POBRE SABE COMO É”. Assaltado pela surpresa eu balbuciei alguma coisa que concordava com a descrição que acabava de ouvir. Nesse dia voltei para casa revigorado.
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