Meus passos são mais trôpegos do que elegantes.
Minha voz incomoda mais do que seduz.
Recuso-me a esgrimir por esgrimir, mas, se a causa
for justa, acendo o pavio do canhão sem remorso.
Andarilho por índole e poeta por vocação, achei de
ser, ainda, garimpeiro.
E não é que, entre tantos pedregulhos, de vez em
quando, encontro umas pepitas.
Difícil mesmo foi entender que não era nas pepitas
que eu devia buscar a beleza — ela já estava lá —, mas nos pedregulhos.
Esse foi o meu aprendizado pela pedra.
Poema do folclorista, poeta e pesquisador da Cultura, Marco Haurélio.
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