Maria Schneider e Marlon Brando em O Último Tango em Paris - 1972
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Um amigo escreveu-me surpreso pelo fato de eu não ter postado nenhum comentário sobre a morte da atriz francesa Maria Schneider. Todos cá sabem que esse blog nunca se furtou em prestar as últimas homenagens às personalidades que marcaram o mundo das artes (que me perdoe o Dennis Hopper).
Descrente, abri logo algumas páginas da internet procurando informações que pudessem desmentir o meu funesto mensageiro. Em vão. Infelizmente, para meu espanto, a informação estava correta. Maria Schneider havia morrido no último dia 3, quinta-feira aos 58 anos, em circunstâncias não explicadas pela família, que preferiu a discrição. Tanto melhor.
Assisti a um único filme com ela, o provocante O Último Tango em Paris de 1972, do cineasta italiano Bernardo Bertolucci. O filme tinha ainda no elenco o recém desencarnado Don Corleone, Marlon Brando, que sobre a película declarou em sua autobiografia “não me perguntem do que se trata esse filme”.
A história é sim um tanto complicada e foi construída de uma forma caótica e desordenada. Prova é que Marlon Brando diz em sua biografia que o diretor pedia aos atores que improvisassem as cenas em cima de um argumento inicial pra lá de vago. “Bertolucci permitiu que os atores moldassem a história. Quis que eu representasse o meu próprio papel e construísse a personagem de Paul como se se tratasse do meu retrato autobiográfico”.
Marlon Brando faz o papel do americano Paul que enviuvará recentemente. Perambulando por Paris a procura de um apartamento para alugar, onde pudesse desaguar suas mágoas, ele encontra por acaso a jovem Jeanne, que ao contrário de Paul iniciará a pouco sua vida conjugal com um excêntrico cineasta.
Não demoram muito eles começam uma anônima relação baseada unicamente no sexo descompromissado. Tal desinteresse tem para Paul um efeito purgativo das dores que o acometem por causa do suicídio da mulher. O caldo entorna quando o caso começa a fugir do propósito inicial.
Proibido no Brasil por quase duas décadas, não porque seu tema envolvesse algum tipo de mensagem política que pudesse ofender os ditadores, mas sim, por uma tórrida cena em que Marlon Brando, então um quarentão, sodomiza a ninfeta Schneider que na época contava com dezenove anos, auxiliado por uma manteiga.
Maria Schneider vez outros filme, nenhum, no entanto, marcou tanto quanto esse.
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