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Não tenho nenhuma
resistência diante da beleza. Sou atraído facilmente pelas formas e gesto
incomuns. No lugar de Ulisses teria me lançado ao mar. Alguns vêm um mal,
apreciar sem reservas os apelos emanados, pela formosura das formas. Mas a
esses, não consigo, sinceramente, entender. Para mim não há desproposito maior
no mundo do que hostilizar a beleza. Há qualquer coisa de anormal naqueles que
se ofendem com a apreciação do belo. Decorre daí talvez uma divergência de
pontos de vista. As pessoas acham belo o que lhe apetece. Cada um está suscetível
a apelos diversos. Uns se enamoram facilmente por um físico esbelto, outros não
diriam o mesmo. A atração tem suas próprias e inapreensíveis razões. Belo para
mim, no entanto, é aquela coisa à qual demoro o olhar. Belo é aquele objeto que
me suspende, temporariamente, a razão e paralisa o fôlego. Meu belo não se
resume aos encantos da simetria das formas, mas nas mil e uma, inacabadas
formas, que destoam do comum e instauram o surpreendente. E há melhor razão
para suspender o fôlego do que a apreciação de um corpo nu?
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