Quando os artistas Impressionistas foram hostilizados no salão de Artes de Paris, e depois se tornaram referência, a crítica de arte viveu os anos seguintes com as barbas de molho, receosa de ser comparada aos antiquados e reacionários críticos franceses, que não souberam, ou não quiseram, apreciar os quadros de Cézanne e seus companheiros.
Amparados na covardia de muitos intelectuais, a arte contemporânea, principalmente depois de Marcel Duchamp e seus ready made, vêm se apoiando nesse temor para endossar suas experiências escatológicas, e fazer do ridículo, matéria prima para suas experiências estéticas e bizarrices. Já chegou a hora da crítica perder esse temor, e começar a reagir aos engodos que insistem em serem chamados de arte, não acham?
Essa é a proposta do livro O Enigma Vazio: impasses da arte e da crítica do poeta e crítico mineiro Affonso Romano de Sant´anna. Nesse trabalho o crítico encara o desafio de avaliar a “arte” contemporânea de uma perspectiva questionadora de suas contribuições para renovação estética do gênero artístico, simplismente imperdível.
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