Há aqui qualquer coisa que pensar.

Aurel Bauh. As três Graças, 1937. 

Leonard Nimoy. The Full Body Project.
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Quando olho essas fotografias, não estou apenas pensando no contraste, nos volumes, nas mamas apontando para direções contrarias, nas discrepantes proporções dos corpos, na pele de umas e outras, enfim, nas formas densas e lineares que distinguem os corpos. Quanto olho essas fotografias, penso num certo ideário de beleza estampado na primeira que, estando ultrapassado, não deixa de me causar espanto e admiração.

Falo ultrapassado porque assistimos a um tempo do enobrecimento de tudo. Um tempo em que alguns, ungido de modéstia, relativizam as coisas, pensando com isso estar corrigindo as más consciências do mundo, que tendem a polariza as singularidades. Não deixa de ser estranho que tudo tenhamos que subordinar às causas. Requer nossa época um certo decoro ao expressar nossos gostos. Corre-se, sem querer, o risco de ofender quem temos em conta de simpático, pelo simples fato de crer no ideário grego das Graças.

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