É que Narciso acha feio o que não é espelho.

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Interessa-me a fotografia. Interessa-me como enigma, como código que desvela outros por sugestões. Gosto dela quando indiciam coisas para além do óbvio. Mas em tempos de imagens omnipresentes as fotografias banalizaram-se. Mais do que ver outras coisas, a fotografia atualmente, tornou-se um espaço para ver narcisisticamente. Com isso as imagens não apelam mais à memória ou ao sentido de decifração que a tornava atraente e atemporal. Hoje tudo já está dado. Esvaziadas de algum sentido simbólico, elas agora não passam de suportes que, estampam rostos e corpos, empenhados em simular vidas alheias. Foram assim assenhoradas por aqueles que não entendem por que não foram parar nas capas de revistas do jet set e estão por isso fingindo estar onde não estão, mas se supõem, pela auto ilusão das bruxuleantes imagens que reproduzem o que a realidade não foi capaz de fazer.  

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