Feira de Caetité

Foto: Rogério Soares. Feira de Caetité, 2016. 
.
Tomei coragem e desci hoje ao mercado para tirar algumas fotografias. Há tempos vinha planejando esse ensaio. Mas um receio bobo de sair à rua, bisbilhotando a vida alheia, e mais, o temor de ser enxovalhado por alguém que, não gostasse da ideia de ser alvo de uma lente indesejada, foi adiando o meu propósito para bem mais tempo do que o previsto. Porém, hoje não me contive. Corri ao mercado e tirei algumas fotos. Não me demorei por lá. Dei apenas uma volta em torno do mercado e logo retornei para casa. A experiência, como vocês podem ver no post, não correu lá muito bem. O resultado não foi dos melhores. As fotos não resultaram bem, e por mais que me esforçasse elas não passaram de clichês. Estão bem longe de atingirem aqueles pequenos instantâneos da vida, que tornam o registro fotográfico um momento de revelação de outros significados para as coisas. Creio que isso se deve a três fatores:

1.     Tomei demasiado cuidado em solicitar as pessoas que me autorizassem a fotografá-las. Isso teve como consequência, indesejada, a perda da espontaneidade da foto. Ninguém diante de uma câmera age naturalmente. Nas raras situações em que pude visualizar algo de interessante, pruridos morais me frearam os anseios e lá fui eu pedir licença para fotografar.

2.         Não domino ainda os dois princípios básicos para fazer uma boa fotografia: a técnica e a expressão.

3.      Fiquei demais preocupado em não fazer figura de parvo na feira e não me concentrei naquilo que realmente queria fazer: boas imagens fotográficas.

Mesmo não tendo alcançado bons resultados nos registros de hoje, tomei ao menos umas boas lições e espero emendar os meus defeitos em outras incursões. Agora estou mais atento à geometria da composição, à luz, aos contrastes, aos pormenores e ao uso dos espaços como parte da mensagem daquilo que pretendo dizer com a imagem. Não sendo lá grande coisa, os registros de hoje tiveram ao menos o mérito de me ter permitido, superar alguns temores e ainda me ter feito descobrir alguns novos elementos possíveis na composição. Vá lá que, nem tudo foi assim, tão ruim.

Foto: Rogério Soares. Feira de Caetité, 2016.

Nenhum comentário: