Cativo


Existem vários tipos de cativo. Iludem-se aqueles que associam o cativo apenas àquele individuo emparedado nas grades de uma prisão. Essa é uma boa imagem, entre tantas, que podemos usar para ilustrar os muitos e variados modos de se estar privado de suas faculdades mais essenciais; a liberdade. Digo essenciais pensando em meu espírito, que não tolera a ideia de cárcere, de nenhuma espécie, seja ele político, religioso, tributário, social. A outros o cárcere nem é tão importante assim, pois não esboçam nenhuma resistência às amarras, paredões, e outras engenhosas formas de submissão. Mesmo o indivíduo que vive em um estado que lhe permite o gozo de suas liberdades, mesmo esse, pode ilusoriamente imaginar pertencer realmente a uma sociedade de livres, quando na verdade as evidências de sua vida o desmentem.  Há muitas arapucas dispersas por aí prontas para abocanharem os últimos insubmissos na selva das cidades. Não se tolera, mesmo que se diga o contrário, a hipótese de alguém viver livre de qualquer grilhão. De certo modo, temesse esses indivíduos ou invejam-lhes a coragem, não sei, mas acho que a segunda hipótese tem uma dose maio de verdade.  

Um comentário:

Ana Seerig disse...

Creio que, por mais que defendamos a liberdade, ativemos o pensamento e coisas do gênero, sempre estaremos presos. Esse nosso sistema social é tão forte que, de algum modo, a liberdade que achamos ter é ilusória.