Não tardou para que surgissem polêmicas
envolvendo a foto do ano do World Press Photo 2017. Já era esperado. Nenhuma
premiação é unânime. Haverá sempre quem pense que a escolha poderia ter sido
outra.
A critica mais contundente, partiu do
presidente do júri do prêmio, que em artigo publicado no The Guardian, alegou
motivos morais para não aceitar a escolha da foto de Burhan Özbilici, que
mostra o assassinato do embaixador Russo na Turquia, como a melhor do ano.
Segundo Stuart Franklin, a foto
incentiva e amplia a voz do terror no mundo e por isso ela não deveria ter sido
escolhido.
Eu discordo. O fotojornalismo tem um
papel que vai na contramão da ampliação da voz do terror no mundo. Ele
constrange e põe em seu lugar os monstros que insistem em surgir.
Além disso, o fotojornalismo tem o dever
de mostrar o que se passa com o mundo. E queira ou não é assim que anda o
mundo, com pessoas a atirar contra os seus adversários e se gabando de verter
sangue alheio em frente a um maior número de pessoas possíveis.