O poder dos Livros


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Obama, Venha Comigo a Cartago

Farley Granger (1925-2011)

Farley Granger à esquerda

Morreu no último domingo o ator americano Farley Granger. Astro de dois filmes de Alfred Hitchcock, Granger estrelou em 1948 ao lado de James Stewart o 47º filme de do mestre do suspense, Festim Diabólico. Três anos depois ele atuou em Pacto Sinistro.


Adeus a musa de todos os tempos - Elizabeth Taylor (1932-2011)

Elizabeth Taylor
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Morreu nesta quarta-feira (23) em Los Angeles a atriz britânica Elizabeth Taylor aos 79 anos. Seus lindos olhos azuis dominaram as telas do cinema durante várias décadas, arrebatando corações de uma legião de fãs que hoje, entristecidos, lamentam a sua morte prematura. Foram mais de 60 filmes, alguns desses se tornaram logo clássicos incontestáveis, como: Gata e Teto de Zinco Quente, Um Lugar ao Sol, De repente no Último Verão, A Megera Domanda, Quem tem Medo de Virginia Woolf, Butterfield 8; pelos dois últimos ela recebeu o Oscar de melhor atriz. 

O mundo precisa SIM de poesia


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A cantora Maria Bethânia foi notícia em toda rede esta semana. Tudo por conta da informação de que ela conseguiu autorização do Ministério da Cultura para captação de R$ 1,3 milhões para criar um blog intitulado “O Mundo Precisa de Poesia”. A iniciativa pretende postar diariamente um vídeo da cantora interpretando os grandes mestres da literatura. Imediatamente uma nuvem de poeira se ergueu, daqueles enfurecidos guardiãs do tesouro público protestando contra a ação da cantora.

Ao contrário destes acredito que 1,3 milhões é pouco, muito pouco mesmo para uma iniciativa que a meu ver é de utilidade publica. Toda e qualquer ação em favor do desenvolvimento da cultura, pelo menos daquela que seja digna de ser chamada assim, e são cada vez mais raras as ações nesse sentido, tem o meu apoio.

Maria Bethânia não receberá dinheiro diretamente do governo, mas via renúncia fiscal. Sei... calma lá esperem, essa é uma forma indireta de captar recursos públicos; não me creia mais tolo do que sou, explico meu ponto de vista.

Maria Bethânia quer dinheiro público para promover a poesia na sociedade, BRAVO! Sua ação provoca escândalo e revolta um grupo de intelectuais - nada mais brasileiro do que isso. Agora, ninguém se pergunta, nem questiona, até onde sei, os milhões de reais que saem dos caixas públicos para financiar os carnavais com músicas e atrações no mínimo duvidosas. Quantos milhões o governo da Bahia gasta com os trios elétricos para um número restrito de foliões festejarem, enquanto outros são espremidos pelas vergonhosas cordas, ironicamente seguradas por CORDEIROS. Quantos? Quanto o governo da Bahia renunciou para instalação da Ford por aqui?

Toda essa celeuma, acredito, vem do fato de que no Brasil dinheiro gasto com cultura, arte e poesia, é dinheiro desperdiçado, afinal poesia não serve para nada, não alimenta estômagos, nem abriga ninguém contra o frio ou as intempéries do tempo, não é mesmo? Esta é uma visão histórica que infelizmente ainda não conseguimos romper, por mais que sobrem esforços de alguns nessa frente.

Um país forte e respeitado é medido, dizia o escritor americano Henry Miller, pelo grau de importância que seu povo dar aos seus poetas. Em A Hora dos Assassinos, um ensaio sobre a obra de Arthur Rimbaud, Miller lembrou que o Egito foi grande enquanto respeitou, promoveu e incentivou os seus artistas, o mesmo ocorreu com a Grécia e a Itália. À medida que os artistas passaram a ser perseguido, estes países deixaram de ter a importância que tinham e declinaram, para nunca mais voltarem o serem o que um dia foram. Se ainda nos resta alguma memória desses povos, isso se deve - vocês hão de convir - aos seus artistas (escultores, pintores, arquitetos, e principalmente escritores) que pagaram, muitos deles, com a vida a ousadia de lembrarem aos homens a sua natureza menos nobre, as suas fraquezas, seus vícios e outras coisas imerecidas de um ser criado por um Deus todo poderoso.

Não me causa espécie está polêmica. Acho-a saudável. Não posso, porém endossar as opiniões de quem acredita que dinheiro gasto com poesia seja desperdiçável, mesmo que esse dinheiro seja no valor mencionado. Estou consciente das emergências do país, mas também acredito que parte delas poderia ser sim contornada com os esfoços de artistas, intelectuais, educadores bem intencionados. Quem já contribuiu tanto com nossa cultura, pode contribuir ainda mais.

Eita paraibana arretada

Rigoroso horizonte

A coragem de dizer BASTA!

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Em Desconstruir Duchamp, editado pela Vieira & Lent (2003), o poeta e crítico Affonso Romano de Sant´anna afirma que a arte do século XX desmoralizou o que entendíamos como arte. Em seu lugar - sim, porque por mais que ela se pretenda anárquica e completamente descompromissada, ela continua querendo alguma coisa - a arte contemporânea instituiu a fé como substituto da experiência estética. É preciso ser um crente para acreditar na arte contemporânea. Somente a fé impiedosa na palavra do artista, que sem nenhuma habilidade chafurda a tinta numa tela em branco e depois a expõe como arte, e na desistência completa de nossas capacidades críticas, para acreditar que os objetos grosseiros que muitas galerias, bienais, museus, casas de leilões, agentes publicitários e outros meios de comunicação nos empurra, são realmente fruto do engenho e arte que caracterizam o melhor da criatividade humana. Por isso ele pede uma revisão urgente nos valores que norteiam os sentidos da “arte” que dominam a nossa época. Infalível em suas análises críticas Affonso Romano de Sant´anna, como anuncia no título do livro, desconstrói o mito do artista moderno, criado por Marcel Duchamp (1887-1968), o dadaísta mitômano, que criou a ideia de arte conceitual - concepção que considera a ideia, o conceito por trás de uma obra artística como sendo superior ao próprio resultado final - para justificar todo tipo de escatologia. Radicalizando contra os embustes modernos Sant´anna alerta, no entanto, que nem tudo que se está produzindo hoje em dia seja de má qualidade, nem que ele seja contra a arte abstrata ou a arte contemporânea: “Não se entenda do que eu disse nos artigos anteriores que sou contra a pintura abstrata. Há pinturas abstratas excelentes. Não se entenda do que eu estou dizendo que sou contra instalações. Há algumas excelentes. Não se entenda, simploriamente, que sou contra a arte genericamente chamada de contemporânea. Não me creiam mais incompetente e tolo do que sou. Denuncio os embuste que estão misturados a coisas essenciais. Entenda-se isto sim, que estou radicalizando, correndo riscos e tirando os véus e vendas dos olhos. As vanguardas foram importantes, mas já viraram ‘estilo de época’. Há que passar a limpo o que foi feito, não para voltar à ‘academia’, ao ‘passado’, mas para sair dos desvios e dos equívocos.” Até que enfim um intelectual de calibre, com coragem de endossar o que a muito o senso comum já dizia.  


CITAÇÃO 6

"Duvido que a relação entre prosperidade econômica e excelência artística seja a de causa e efeito...A pressa por 'desenvolver-se', ademais, faz-me pensar em desenfreada carreira para chegar mais cedo do que os outros ao inferno"

Octavio Paz