Os irmãos Lumière
Quando os irmãos Lumière transformaram uma rudimentar máquina fotográfica em uma câmara de vídeo, no final do século XIX, eles não imaginavam que estariam criando a maior invenção do século.
O cinema nascia assim, da despretensiosa curiosidade e inventividade de dois irmãos franceses, que desacreditaram desde o inicio do futuro de seu novo invento. Auguste e Louis Lumière foram os precursores, mas o cinema só passou a ser entendido como arte, quando o talento prestidigitado de Georges Méliès (1861-1938) entrou em cena.
Pioneiro na recriação de cenários, figurinos, maquiagem, Méliès, opõe-se ao documentarismo e faz as primeiras obras de ficção: Viagem à Lua, A Conquista do Pólo. Ainda, descobriu as potencialidades de (re)crição oferecidas pelo cinema. De repente, o homem passa a ser mais do que ele é mesmo e ganha os céus. As fronteiras para qualquer ação passam a ser então os limites da imaginação com que cada homem é dotado. Orientado na busca de mundos fabulosos, até então inacessíveis, o talento de Méliès, unido a invenção dos Lumière nos dar a possibilidades de romper fronteiras na exploração de novos mundos. Mas tarde passaríamos a explorarmos a nos mesmo. Tudo isso graças a uma idéia na cabeça e uma câmara na mão.
De pequenos documentários e ficções a linguagem cinematográfica se desenvolve, criando estruturas narrativas cada vez mais apuradas. Deve-se ao norte-americano David W. Griffith (1875-1948), essas inovações. Por suas contribuições ao cinema, ele é considerado o criador da linguagem cinematográfica. Griffith deu mobilidade às ações até então teatrais demais na tela de cinema. Foi ainda o primeiro a utilizar a montagem paralela, os close, que davam mais dramaticidade e suspense na hora de contar uma história utilizando-se apenas imagens.
A esses homens maravilhosos é suas máquinas devemos toda tradição do cinema. O que se produziu em seguida, as inovações posteriores, não seriam nada sem o talento, a imaginação, a criatividade e a ousadia desses pioneiros.
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