"Não há temas privilegiados ou condenados para a literatura. Tudo depende do tratamento artístico."
Sábato Magaldi
"O palavrão, portanto, tem de ser encarado no palco de maneira diversa do que o é na vida real: se serve a fins artísticos precisos, revelando algum aspecto da personalidade humana, embora escuso, ou lançando luz sobre as condições econômicas e sociais de certas classes, justifica-se humanamente e esteticamente."
Décio de Almeida Prado
"De fato, a evolução da literatura nos últimos cento e cinquenta anos está ligada a uma série de vitórias obtidas contra a repressão social, representada pela Censura ou pelo Poder Judiciário. As Flores do Mal, de Baudelaire, Mme Bovary, de Flaubert, O Amante de Lady Chatterley, de Lawrence, Ulysses, de Joyce, são alguns destes marcos mais representativos, por terem sido objetos de processos e condenações rumorosas, antes de passarem à categoria de tranquilas obras-primas. Cada uma de tais batalhas judiciárias acabou efetivamente por alargar os limites da arte, que os artistas pretendem seja tão amplo quanto o da ciência. Tudo é objeto de arte, mesmo o obsceno, mesmo o repugnante, como tudo é objeto de ciência, já que ambas, cada uma a seu modo, dizem respeito ao conhecimento do homem."
Décio de Almeida Prado
"Foi realmente determinado que não há nada de saudável e proveitoso na arte a não ser que ela esteja vestida?"
Jornal New York World
"Sempre acontece que, entre a proibição justa, fundada em premissas certas, para a salvaguarda da coletividade, a ignorância do fenômeno estético por parte de censores - recrutados mais como policiais do que como críticos adultos - provoca disparates como este que é a proibição de A Navalha na Carne, com fundamento na sua presumível linguagem pornográfica."
João Apolinário
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