Eu já havia ouvido falar em fundista literário. São aqueles autores cuja prolixidade se compara com a resistência de um maratonista que percorre longas distâncias. Honoré de Balzac (1799-1850) foi um deles ao procurar retratar a realidade da vida burguesa da França de sua época, em oitenta e oito obras, conhecidas como A Comédia Humana. Agora vejo com pesar que a Biblioteca Campus VI Caetité, vítima de inúmeros furtos promovido por seus usuários, inaugura uma nova modalidade de fundista. Trata-se do bibliotecário fundista. Sua tarefa é bem menos nobre do que a do literário francês. Cabe a ele ir ao encalço de usuários que tentam molestar o patrimônio e constranger os funcionários, além é claro de prejudicar as atividades de empréstimo. Para isso ele deve estar acostumado a perseguições e vexames típicos dos filmes pastelão. Semana passada, eu mesmo protagonizei uma cena dessas. Duas alunas, cheia de más intenções subtraíram descaradamente dois livros de consulta enquanto eu guardava outros livros nas estantes e minha colega estava ocupada despachando o público para fechar a biblioteca. Aproveitando-se de nossa ocupação elas fingiram estar guardando os livros e saíram em disparada, crentes de serem donas e senhoras da situação. Sua aventura terminou quando a minha começou.
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