... COMO DEUS CRIOU A MULHER

Juliette Binoche no filme A insustentável leveza do ser.

O cinema francês não se cansa de produzir belas e talentosas divas, para deleite do público de todo o mundo. Desde o advento de Brigitte Bardot, que fundou definitivamente o padrão de beleza cinematográfica na França, nenhum outro diretor se arriscou em comprometer sua película, deixando de fora uma deusa. Como uma formula pronta para atrair publico, eles carregaram as telas dessa presença arrebatadora chamado: símbolos sexuais. Assim, também o publico antes reprimido, passou a ver nos filmes o que só se passava em suas cabeças. A aparição de Brigitte Bardot no filme, ...e deus criou a mulher, do diretor Roger Vadim, no auge de seus dezessete aninhos pra lá de erótica, tornou, à partir da ai, o cinema nada inocente. Pelo contrário incendiou as salas escuras de uma beleza plástica incomum e reinventou a sexualidade. De lá para cá, multiplicaram-se as presenças divinas nos filmes. Catherine Deneuve, musa do cinema de Buñuel foi o sensação dos anos 60 ao estrelar a fita A Bela da Tarde. Nela Deneuve interpreta uma burguesa reprimida sexualmente que à tarde foge de sua vida medíocre para se entregar aos prazeres mais luxuriantes num bordel. Isabelle Adjani, Juliette Binoche, Irene Jacob, Emmanuelle Béart, Marion Cotillard, Laetitia Casta, Ludivine Sagnier, Audrey Tatou (por que não?) e mais recentemente Eva Green, fizeram do mero ato de assistir a um filme uma celebração à beleza. Nem mesmo os carrancudos intelectuais da revista Cahier du Cinema, resistiram a bruxuleante magia dessas mulheres. Há artigos e resenhas que mais pareciam cadernos de anatomia do que analises fílmicas, escreveu o crítico Antoine de Baecque. Difícil mesmo é deixa de se encantar por essas sereias.

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